O lateral-direito Lucas Ramon, do Mirassol, pode desfalcar o time no clássico contra o Novorizontino, que acontece no sábado (19), às 17h. O atleta leonino não está contundido nem suspenso, mas pode não haver tempo hábil para o clube cumprir o protocolo de concussão da CBF. 

O jogador sofreu uma pancada na cabeça, no segundo tempo do jogo contra o Santos, na Vila Belmiro. O atleta chegou a ficar desacordado no gramado, mas foi prontamente atendido pela equipe médica do Mirassol e imediatamente encaminhado para um hospital em Santos.  Já consciente, o jogador passou por uma tomografia que não  detectou nenhuma anormalidade neurológica. Lucas Ramon teve alta e retornou para Mirassol.

Como funciona o Protocolo de concussão?

A novidade é utilizada quando jogadores se envolvem em uma colisão de cabeça ou quando um atleta tem sintomas de lesão. Se necessário, os times afetados têm direito a uma troca além das cinco substituições habituais, mas ela é limitada a apenas uma de cada lado por jogo. O médico da equipe, único responsável por constatar a concussão, deverá informar ao árbitro. Para isso, ele deverá portar um cartão vermelho que será entregue à equipe de arbitragem após identificar os sintomas no atleta.

Depois do fim do jogo, o cartão será devolvido, e o médico preencherá um questionário detalhando os sintomas identificados e o tratamento feito com o jogador. Além disso, um relatório deverá ser enviado, com a evolução do quadro do jogador, o protocolo de retorno aplicado e a data do retorno para a próxima partida, à Comissão Médica da CBF, que realizará a verificação para consolidar se os procedimentos foram cumpridos.

De acordo com o Dr. Jorge Pagura, presidente da Comissão Médica e de Combate à Dopagem da CBF (CMCD), Para que o jogador seja liberado para a partida, é preciso que a CBF analise todo o processo de intervenção passado. O presidente da CMCD detalhou como ocorre essa intervenção da Confederação.

"Avaliamos o protocolo Utilizado, as imagens obtidas pelo VAR de cada caso, o preenchimento do questionário, relatório da programação de retorno, que existem várias fases, e relatório final com data da provável escalação para a partida oficial. Tudo tem que ser cumprido [para ser liberado para jogo]" — explicou Dr. Jorge Pagura.

Por conta disso, o atleta não pode participar das atividades de treinamento durante a semana. 

O protocolo de concussão foi instaurado pela CBF para dar mais segurança ao atleta, já que o trauma de crânio é a segunda lesão em ocorrência no futebol, alerta o Dr. Jorge Pagura. Segundo um estudo publicado na revista The Lancet Public Health em 2023, atletas de futebol de elite apresentam 1,5 vezes mais chances de desenvolver doenças neurodegenerativas em comparação ao restante da população.

Outro desfalque

Além da provável ausência de Lucas Ramon, o Mirassol também não poderá contar com o zagueiro Lucas Gazal, que recebeu o terceiro cartão amarelo diante do Santos e cumprirá suspensão automática no derby frente ao Novorizontino. 

O Mirassol está na quarta colocação da Série B com 50 pontos. 

Com informações de O Globo

Foto: Agência Mirassol