O ciclista romeiro Antônio Rogério do Nascimento popularmente conhecido como "Neguinho do Asfalto" passou por Mirassol ontem. Ele foi recepcionado port Virso Chaveiro no Bar do Bida.
Sua viagem começou no dia 1° de fevereiro de 1991 e só terá fim em fevereiro de 2025, no Canadá
Tudo partiu de uma promessa. Se voltasse a enxergar e recuperasse os movimentos, passaria os próximos 30 anos pedalando. Foi assim que no dia 1° de fevereiro de 1991, Antônio Rogério do Nascimento começou uma promessa que só terá fim em fevereiro de 2025, no Canadá.
"Neguinho do Asfalto", como ficou conhecido, perdeu a mãe quando nasceu e, a pouco tempo, o pai. Segundo Rogério do Nascimento, quando menino, sofria de doenças como cegueira, paralisia e deficiências nos pulmões e nos rins.
O garoto prometeu a Nossa Senhora Aparecida que, se se voltasse a andar e a enxergar, passaria os próximos 30 anos pedalando. E assim foi. Ou melhor, está sendo.
O ciclista conta que já passou por todos os estados do Brasil e por outros 25 países. Para algumas viagens no exterior, ele busca apoio do Consulado do Brasil, mas revela que nem sempre tem sucesso na busca.
- Vou na cara-de-pau e peço ajuda, mas nem sempre dá certo.
Pelas contas do ciclista-pagador-de-promessas, já percorreu quase 900 mil quilômetros.
Neguinho do Asfalto pedala cerca de 15 horas por dia.A bicicleta, carrega todos os utensílios necessários para a longa jornada. Nela, vão garrafas de água, roupas, barraca, mantimentos conseguidos por doações e algumas lembranças guardadas durante a viagem.
"Neguinho do Asfalto" não tem patrocínio ou outros recursos. Ele afirma que conta com a ajuda de prefeituras, populares e caminhoneiros, ao longo do percurso.
O peregrino percorre cerca de 150 km por dia, pedala a uma média de 35 km/h.
Neguinho quer escrever um livro, quando cumprir a promessa descrevendo todos os lugares por onde passou.
Quando passou pela Argentina, Neguinho encarou a maior dificuldade da viagem, até então. Ele conta que foi vítima de preconceito, teve a bicicleta roubada e que, só com a ajuda da população, conseguiu recursos para comprar outra.
Ele escreveu mais de 18 cadernos sobre suas peregrinações.
Ainda faltam cinco anos, mas, segundo ele, a fé é maior do que qualquer distância.
E que venha o Canadá!