Hoje o dia nasceu com um vazio. Neste ano em que completaria 93 anos de fundação – um dos mais longevos do interior brasileiro — o jornal impresso Correio de Mirassol, fundado em 18 de agosto de 1929, por Antônio Melga, encerra suas atividades a partir desta quinta-feira, dia 10, deixando um vazio no cenário histórico e jornalístico do município. Sua última edição, a de número 5.013, destaca os motivos do encerramento do negócio e agradece a todos que o acompanharam e o apoiaram em todo esse longo período.

Em seu editorial de despedida, intitulado “Última Edição – Em Memória de Nozor Arruda Cardoso”, a família homenageia este que foi o guardião de uma grande parte da história de Mirassol. Nozor Arruda faleceu em março de 2021, aos 80 anos, e o jornal ficou a cargo da família, que publicou: “Com o falecimento de Nozor, a família tentou, de todas as formas, em memória dele, manter o negócio em atividade. Mas, com a pandemia do coronavírus, a crise econômica, as opções de informação virtual (internet) e a falta de interessados em dar continuidade ao mesmo, fomos forçados a tomar a decisão de extinguir o jornal, por conta de critérios econômicos baseados em dados de circulação e publicidade”.

Com o encerramento de suas atividades, o Correio de Mirassol fecha um ciclo de sucesso e resiliência. Sucesso porque registrou em seus anais praticamente todos os acontecimentos político-administrativos, socioculturais, esportivos e comerciais do município, desde os seus primórdios. Resiliência porque se chegou aonde chegou, foi por ter superado grandes crises passadas, sempre mantendo o compromisso com seus assinantes e anunciantes. O Mirassol Online, que publicou essa reportagem se solidariza com a família Arruda. A TS Rádio também. 

Preocupado com o patrimônio histórico que sabia que o jornal guardava, Nozor Arruda preservou as edições de todo o período, encadernando-as ano a ano. Agora esse acervo será doado pela família ao Museu Municipal de Mirassol, como uma forma de retribuição aos longos anos de atividade.